Por Nádia Mello
Nunca reclame do que você permite... Vi
esse post recentemente no face de uma pessoa amiga. Fiquei
impressionada porque todas as curtidas eram de mulheres. Resolvi buscar a
postagem anterior que deu origem a esse compartilhamento e vi que cerca de 35 mil
pessoas haviam compartilhado e um número
ainda bem superior de mulheres se identificou. Eu arriscaria em 80% o percentual de mulheres
que compartilhou e comentou a frase.
E, como parte desse universo, me senti impelida a refletir. A questão não é lamentar o que permitimos. Às vezes é inevitável. A questão é entender o motivo de permitirmos e de como
reagimos depois disso. Que tipo de fragilidade, insegurança, carência ou amor
pode fazer com que passemos por cima do que realmente desejamos para nos
permitir viver, manter e até voltar a situações que nem sempre estão de acordo
com os nossos ideais? Por que permitimos
algumas condições, seja no trabalho, no amor ou na vida em geral, quando sabemos
que não vão permanecer nos fazendo bem?
A falta de um norte ou de uma referência positiva seja em qual
for a área da vida, cujos acontecimentos envolvam uma permissão imatura de nossa
parte, poderia explicar nossas insatisfações. Mas certamente a descoberta disso
e de possibilidades de novos horizontes nessas áreas exigiriam aprofundamento,
busca pelo autoconhecimento. Essa é a
parte boa do permitir o indesejável, sofrer as consequências, chorar quando
tudo dá errado. Isso nos faz sentir pequenos
e nos enche de força para mergulharmos em nós mesmos. Dói , mas passa, e podemos
tirar um bom proveito disso. É uma
oportunidade excelente para ir e vir em nossas emoções, por mais incoerentes
que possamos parecer, até nos encontrarmos de verdade. Esse encontro com a gente vale a pena no
final. Vale a pena reclamar, sim. Vale a pena chorar, mesmo quando permitimos. É valioso refletir e sobretudo isso nos ajuda
a crescer, nos fortalece, nos faz perceber que somos humanos.
Como saber a razão de tomarmos as atitudes que tomamos, do
jeito que tomamos? Por que fazemos o que fazemos da maneira que fazemos? Por
que deixamos de fazer aquilo que gostaríamos ou deveríamos fazer? As respostas
a esses questionamentos de acordo com o Dr. Carlos Carturan, especialista em
Medicina Comportamental, definem o nosso
autoconhecimento. E, de acordo com ele,
o autoconhecimento influencia no nosso equilíbrio emocional . “
Todas as atitudes que tomamos na vida hoje é fruto de algo que aprendemos lá
atrás. Elas têm um conteúdo emocional
por trás”, defende.
Há estudos da neurociência que dizem que o ser humano age
por dois mecanismos: ou a busca do prazer ou a fuga da dor. Em 90% dos casos fugimos da dor e não
buscamos o prazer. O controle emocional
vem do equilíbrio dessas duas vertentes. Ainda de acordo com ele, quando nos conhecemos conseguimos direcionar
melhor as escolhas que fazemos na vida, conseguimos esperar. Não podemos controlar as emoções, mas podemos
controlar o modo de agir frente às
situações, as reações a essas emoções. Isso está relacionado ao equilíbrio emocional.
O ideal é que a gente saiba quando tomar as decisões e quando deve esperar as coisas acontecerem de forma serena. É o que venho tentando aprender, ainda sob o impacto das minhas últimas permissões e reações. Isso advém da busca pelo autoconhecimento.
O ideal é que a gente saiba quando tomar as decisões e quando deve esperar as coisas acontecerem de forma serena. É o que venho tentando aprender, ainda sob o impacto das minhas últimas permissões e reações. Isso advém da busca pelo autoconhecimento.
É verdade que Deus nos responde. Mas é fato também
que precisamos desse encontro conosco até para que essa caminhada com Ele seja madura e possamos ouvi-lo corretamente. E talvez por isso seja o próprio Deus quem nos permita permitir
aquilo que nem sempre será bom no final,
em boa parte das vezes por motivos relacionados a nós e não ao outro ou
às situações permitidas. Isso nos levará ao crescimento. Ao nos conhecermos mais, enxergaremos melhor e teremos o equilíbrio necessário para respondermos bem às melhores
escolhas.
Então entenderás a justiça, o juízo, a equidade e todas as
boas veredas. Pois quando a sabedoria
entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma .(Provérbios
2:9-10)
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